
Sobre o nascimento e o nome dessa criança a Bíblia relata: “Estando eles ali (em Belém), aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2.6-7). José lhe “pôs o nome de Jesus” (Mt 1.25).
Um casal está a caminho. A mulher se encontra nos últimos dias da gravidez. Em breve seu filho irá nascer. Não em casa, mas na estrebaria de uma hospedaria superlotada. Não há berço para o bebê, que é colocado em uma manjedoura. O recém-nascido recebe o nome de Jesus.
Este nome viria a se tornar o mais famoso e significativo de toda a história da humanidade, e seu possuidor a personalidade mais importante de todos os tempos. Ele sobrepuja a todos os reis, poderosos, heróis, políticos e famosos de ontem e de hoje. Pessoa alguma tocou o mundo de maneira tão forte e perene quanto Ele. O que está por trás desse nome, dessa pessoa chamada Jesus?
É imprescindível ocupar-se com esse homem. Quem o negligencia, quem deixa de dar-lhe atenção perde o que existe de mais grandioso. Há algum tempo o correio devolveu um de nossos livros evangelísticos porque o destinatário não quis recebê-lo. Na justificativa da devolução estava escrito “Desnecessário”. Muitos pensam que Jesus é “desnecessário” para eles.
Bem diferente foi o comportamento dos magos do Oriente (Mt 2.1ss.). E Agur, que viveu muito tempo antes de Jesus nascer, já disse:“Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas na sua roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o seu nome, e qual é o nome do seu filho, se é que o sabes?” (Pv 30.4). O próprio Jesus dá a resposta: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o Filho do homem” (Jo 3.13).
Quem é a criança envolta em faixas que nasceu em um estábulo em Belém? Trata-se dAquele que já existe desde sempre.
Qual é o nome de Deus
Alguma vez você já se perguntou qual o verdadeiro nome de Deus? Ele deve ter um nome! Agur perguntou: “Qual é o seu nome, e qual é o nome do seu filho, se é que o sabes?” (Pv 30.4). Uma das perguntas que Moisés fez ao Senhor foi: “Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é seu nome? Que lhes direi?” (Êx 3.13).
Jesus cresceu física, emocional e espiritualmente como um menino normal.
A palavra “Deus” é apenas um título, um termo genérico, que também pode ser aplicado a pessoas. Em todas as épocas houve pessoas que se chamaram de “deuses”. O próprio Deus usou essa expressão quando disse que Moisés seria Deus para Arão: “Ele falará por ti ao povo; ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus” (Êx 4.16).
O conceito de “deus”
– pode ser aplicado a Alá. Alá não é um nome próprio, pois significa simplesmente “deus”.
– pode ser aplicado aos “deuses” no sentido de falsas divindades e ídolos dos gentios: “Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à roda de ti” (Dt 6.14). Em 1 Coríntios 8.5-6 está escrito: “Porque, ainda que há alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele”.
Mas como se chama o verdadeiro Deus, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó? Esse Deus tem um nome próprio atribuído somente a Ele. É um nome que não Lhe foi dado por ninguém, mas que Ele mesmo se deu e que descreve quem Ele é. Esse nome é representado pelo tetragrama YHWH, que em algumas traduções da Bíblia aparece como “Javé”, outras traduzem como “Jeová” e “Senhor”. Isso pode ser visto na resposta de Deus à pergunta de Seu servo Moisés: “Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor (Javé), o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração” (Êx 3.15). Quando Moisés estava muito abatido após seu primeiro encontro com Faraó e ao ouvir suas ordens negativas, o Eterno o animou com as seguintes palavras: “Eu sou o Senhor (Javé). Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, O Senhor (Javé), não lhes fui conhecido” (Êx 6.2-3).
O que significa esse nome?
O Senhor explicou a Moisés, quando este perguntou por Seu nome: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros... O Senhor (Javé), o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó...” (Êx 3.14-15). Com isso Deus estava se diferenciando de todos os outros deuses, pois Javé significa “Eu sou o que sou”. Esse nome exprime a existência eterna de Deus, aquilo que Ele é em toda a Sua pessoa.
Abraham Meister, erudito e profundo conhecedor da Bíblia, escreveu em um de seus comentários: “Javé é o absoluto ‘EU’ em sua plenitude divina máxima”. O nome próprio de Deus pode ser traduzido de nove maneiras diferentes. Através delas vemos que Deus é:
Eu sou o que sou.Eu sou o que era.Eu sou o que serei.Eu era o que sou.Eu era o que era. Eu era o que serei.Eu serei o que sou.Eu serei o que era.Eu serei o que serei.
Isso significa: “Eu sou Aquele que nunca veio à existência, que sempre é, que existe por si mesmo, o imutável, que é eternamente presente”.
Meister escreve: “A raiz ‘hwh’, da qual deriva a palavra ‘Javé’, significa ‘ser’, ‘vir a ser”. Ele é, portanto, ‘o que é’, que se torna conhecido como o que ‘vem a ser’. Ele se mostra ‘em uma auto-revelação constante e crescente’... Ele é auto-existente, que se revela a si mesmo...”
Esse nome era tão sagrado, grandioso e inacessível para os judeus que eles, por profundo respeito ao terceiro mandamento: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”, nem ousavam pronunciá-lo. Ao invés de Javé, eles diziam “Senhor” (Adonai).
Quem é esse Deus?
Considero esse temor dos judeus exagerado, pois Deus queria ser chamado de “Javé”. Assim está escrito, por exemplo, em Joel 2.32: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor (Javé) será salvo” (veja também 1 Co 10.13).
O nome de Deus, “Javé”, está explicitamente ligado à salvação. É significativo ver que Deus se revela com esse nome em conexão com a salvação de Israel do cativeiro egípcio (Êx 3).
Ao estudarmos a auto-revelação divina através de Seu nome Javé, vemos que o Senhor te
Javé-Raffá – o Senhor que sara.Javé-Roi – O Senhor é o meu pastor.Javé-Shalom – o Senhor é paz.Javé-Tsidkenu – o Senhor é nossa justiça.
A salvação humana, porém, está personificada na revelação do Filho de Deus em Sua encarnação.
“Eu sou o bom pastor”
Através do profeta Isaías, Deus disse a Seu povo: “Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is 43.3). E mais: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador” (Is 43.11).
Quando Jesus tornou-se homem, foi dito a Seu respeito: “O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10-11).
Davi fala de um bom pastor, “Javé-Roi”, no Salmo 23.1: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.” Sempre me perguntei por que o anjo do Senhor foi primeiro até os pastores nos campos de Belém para falar-lhes do Salvador. E dentro dessa perspectiva, revelada por um dos nomes de Deus, consigo entender melhor o porquê: o verdadeiro Pastor de Israel veio ao mundo para suprir as necessidades de todas as pessoas. Os pastores nos campos de Belém ouviram a proclamação: ‘Pastores de Belém! Vocês sabem lidar muito bem com as ovelhas! Agora chegou o Pastor de vocês! O Grande Pastor, o Supremo Pastor ‘Javé-Roi’!” (compare com 1 Pe 5.4).
“Eu sou a videira verdadeira”
Lemos sobre a “Rocha” de Israel: “Pois quem é Deus, senão o Senhor? E quem é o rochedo, senão o nosso Deus?” (Sl 18.31). E o apóstolo Paulo diz acerca dessa Rocha: “...e beberam da mesma fonte espiritual; porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo” (1 Co 10.4).
Jesus é Deus
Existem algumas passagens do Novo Testamento onde o Senhor Jesus fala de si mesmo de maneira muito soberana, dizendo que é o “Eu Sou”. Ao fazer essa auto-revelação, Ele usa exatamente a mesma expressão com que Deus se revelou a Seu povo, no Antigo Testamento, como o único Salvador e Senhor do Universo.
Podemos dizer que Jesus é a pessoa da Trindade que se voltou para a humanidade; em Jesus, Deus voltou-se para nós. Não cremos em três deuses mas em um só Deus que se revela em três pessoas.
“Eu sou a porta”
“Eu sou o pão da vida” (Jo 6.35).“Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12; 9.5).“Eu sou a porta” (Jo 10.9).“Eu sou o bom pastor” (Jo 10.11,14).“Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25).“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6).“Eu sou a videira verdadeira” (Jo 15.1).
A declaração mais marcante de Jesus dizendo que era Deus ocorreu quando Ele se encontrava no jardim Getsêmani.
Nessa ocasião, Jesus claramente se revelou com o nome de Deus, “Javé”, Aquele que existe por sua própria força e poder, Aquele que existe por si mesmo. Como conseqüência dessa revelação, tão explicitamente de acordo com a revelação divina que o povo de Israel conhecia, os que estavam presentes recuaram e caíram por terra.
Por que Jesus teve de se tornar homem? Porque Deus não pode morrer! Mas Deus queria morrer pelos pecados dos homens, de modo que tinha de se tornar homem e por isso veio ao mundo através de Jesus Cristo. Lemos sobre esse ato sublime de Deus se tornando homem : “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8). No grego, a expressão “subsistindo em forma de Deus” define uma forma, uma maneira de ser quando vista objetivamente por um espectador neutro, a forma como ela é em si mesma. Jesus é Deus e existe desde a eternidade como o próprio Deus.
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